Archive for the ‘Chineses’ Category

Chineses com Sangue Latino

janeiro 13, 2007
Tidos como grande ameaça às montadoras instaladas no Brasil, os automóveis chineses começam a avançar em direção à América do Sul, mais precisamente via Uruguai, de onde nascerão os primeiros “chinos”. Confirmada a intenção em novembro do ano passado, a Chery Automobile começará a produzir em território latino-americano em breve e chegará ao Brasil com preços atraentes. Isso por conta das vantagens tarifárias oferecidas pelo Mercosul bem como outras que veremos adiante.

Em sua primeira experiência fora do território chinês, a Chery iniciará suas atividades em sociedade com o grupo argentino Socma (Sociedad Macri). Esse grupo é liderado pelo empresário Franco Macri, bastante conhecido no país vizinho e que esteve envolvido nas operações da Sevel tanto na Argentina como no Uruguai entre os anos oitenta e parte dos noventa. O capital acionário de nova sociedade é constituído em 51% pela Chery e 49% pelo grupo Socma.

Para a empreitada, serão investidos 100 milhões de dólares, orientando esforços para abastecer preferencialmente à demanda de Brasil e Argentina. O plano de introdução da montadora asiática propõe a produção de cerca de 25 mil veículos, sendo esta a capacidade anual da fábrica em Montevidéu, de propriedade de Macri e alguns sócios. É a mesma fábrica que nos anos 80 e 90 produziu sob a bandeira da Sevel veículos como Uno, Duna e Peugeot 505. Desses 25 mil veículos anunciados, 10 mil serão do utilitário-esportivo Tiggo que poderá ser comercializado por cerca de R$ 50 mil, ficando o restante para o pequeno QQ ao qual estima-se preço abaixo dos R$ 15 mil. Em prol da lucratividade, considerando-se a aceitação do público e um volume de produção ainda baixo, os preços poderão ser maiores do que estes, mas certamente menores que os da concorrência. O início da produção está previsto para maio, sendo que os modelos deverão estar disponíveis ao consumidor somente no segundo semestre deste ano. A princípio a produção será pequena, mas Franco Macri espera inaugurar uma segunda fábrica na Argentina com capacidade para produzir 100 mil veículos ao ano. Especula-se que o Brasil estaria no páreo para receber a fábrica.

A Chery-Socma pretende importar grande quantidade de peças de origem chinesa, aproveitando algumas preferências tarifárias que o Uruguai possui por ter um desenvolvimento econômico-estrutural menor que outros países do Mercosul (como Brasil e Argentina), e permitem que o índice de nacionalização de veículos seja de 30% no primeiro ano de produção, progredindo a 50% em até cinco anos. Diferentemente das regras gerais do Mercosul, em que o índice de nacionalização dos veículos é de 40% no primeiro ano, 50% no segundo e 60% no terceiro. Portanto, peças e componentes virão por preços menores e em maior número da China, conforme os índices propostos, enquanto que para o restante, virão de fornecedores do Brasil e da Argentina.

Tiggo – Ao contrário do que alguns pensam, o SUV chinês não é exatamente um clone da geração anterior do Honda CR-V. A semelhança com o jipe da Honda está evidenciada nos faróis e nos contornos gerais de sua área frontal, mas o habitáculo assim como a traseira se assemelham bastante ao Toyota Rav-4, também em sua geração anterior (ver comparação, abaixo). Segundo pretensões da Chery, o Tiggo viria para brigar em preço com o EcoSport e veículos similares. As medidas são muito próximas às do jipinho da Ford, com 4,28 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,71 m de altura e 2,51 m de distância entre-eixos.

Fotogaleria – Abaixo, imagens do QQ e do Tiggo (tam.1024×768):



Texto com informações do jornal O Estado de São Paulo.

Referência Anterior (15 de maio de 2006):
Brasil: De portas abertas para os automóveis chineses

Roewe 750E

outubro 24, 2006

Algum tempo após a falência da MG-Rover, os direitos intelectuais (projetos) dos modelos Rover 25, 45 e 75, foram adquiridos pelos chineses da SAIC – Shanghai Auto Industry Corp. Já os direitos de design dos modelos da marca MG: ZS, ZR, ZT e TF , assim como a fábrica de Birmingham (ferramental e motores), foram repassados à Nanjing Automotive, a montadora mais antiga da China. Por fim, a marca Rover parou nas mãos da Ford. O principal motivo? A montadora americana queria proteger a Land-Rover, evitando que os chineses pudessem utilizar o nome Rover em veículos utilitários. A Ford possuia o direito de consulta sobre a questão desde a compra da Land-Rover, em 2000.

Pois bem, a SAIC revelou na semana passada a sua nova marca na China, a Roewe que, em chinês significa glória e potência (Rong-Wei). Na foto acima, a comparação entre logotipos. Fica clara a semelhança entre os nomes Rover e Roewe, a pronúncia se confunde com a da marca britânica. A SAIC desenvolverá novos modelos baseados na tecnologia adquirida à MG-Rover, preparando para o Salão do Automóvel de Beijing, entre os dias 17 e 28 de Novembro, o lançamento do modelo 750E que, nada mais é do que uma leve reestilização do Rover 75. Estas são algumas imagens já divulgadas:


Fonte: AFP / Wikipedia

Citroën C2 Chinês: Fotos Oficiais

agosto 28, 2006

Neste sábado publicamos algumas fotos do 206 da Citroën, de baixa qualidade, que vinham circulando pela grande rede. Nelas, o carro é flagrado sendo transportado num caminhão (ver post anterior). Pois bem, hoje surgiram as primeiras imagens oficiais do C2 chinês que, visualmente, não tem nada a ver com o C2 europeu.


Clique nas imagens para ampliar

Referências Anteriores:
Curtas e Curiosidades” – 26 de Agosto;
Citroën 206” – 10 de Julho.

Redesenho Golf IV – Salão de Guangzhou

julho 28, 2006
A FAW VW acabou de apresentar no Salão de Guangzhou o novo Bora Hatch. Apesar de ser o nosso conhecido Golf IV, por lá ele é chamado de Bora Hatch.
Na parte frontal é que houve a maior mudança, com o mesmo desenho já adotado no Bora Sedan. Na traseira não houve alterações. Um pecado, já que mereceria receber ao menos lentes mais modernas.
Atualmente podemos dizer que a gama da Volkswagen chinesa é uma das mais completas do mundo. Ou melhor, numerosa. Isto acontece pois há duas fabricantes dos modelos da VW: a Shangai VW e a FAW VW. Há casos em que o mesmo modelo é produzido pelos dois fabricantes. O nosso Jetta, modelo que começará a ser vendido por aqui ainda esse ano é produzido com o nome Sagitar por uma e com o nome Bora (MK V) pela outra.
Em relação ao nosso Golf, já é certo que haverá um redesenho. Só não se sabe quando que será apresentada a mudança. A expectativa é que isso ocorra no fim deste ano. Se não for como o adotado pelo modelo chinês, terá traços muito próximos a este já que a VW é tradicionalmente conservadora nos redesenhos, adotando uma identidade entre todos os modelos.

Direto da China – Citroën Elysée

julho 14, 2006
Segunda-feira, publicamos a foto de um estranho Citroën com a carroceria do Peugeot 206. Ou de um estranho Peugeot 206 com faróis e grades modernos da linha Citroën. Possivelmente será a entrada da marca francesa no segmento de compactos no mercado daquele país asiático, pois no site local da empresa (www.citroen.com.cn) ainda não consta nenhum modelo pequeno. Comentamos que seria uma solução barata para produzir um compacto, pois o projeto do C2 e do C1 são muito caros, ao contrário de projetos antigos, já amortizados, e com maquinário muitas vezes prestes a ser abandonado. Por aqui também já aconteceu isso, algumas vezes. A Fiat, logo após ter encerrado a produção do Fiat Tipo na Europa enviou o maquinário para o Brasil, onde o modelo teve uma sobrevida. O C3 deverá chegar lá até o fim do ano, ocupando um segmento superior ao deste modelo derivado do 206.

O que pode parecer uma estranha adaptação para nós, na China é muito bem aceito – tanto que são aprovados nas “clínicas” (apresentação para medir a aceitação dos automóveis) normalmente realizadas para se introduzir os modelos em novos mercados. É impressionante a criatividade da Citröen chinesa, já que eles criaram a imprevisível versão três volumes do C4 (o C-Triomphe), modelo que será produzido na Argentina e virá para o nosso mercado. O próprio Peugeot 307 Sedan, que chegará ao nosso mercado nos próximos meses, também nasceu lá.

Um leitor citou uma versão três volumes do antigo ZX com frente inspirada no Xsara, antecessores do C4. Fizemos uma busca no site chinês da Citroën e descobrimos o estranho sedã: é o Elysée. De lado, lembra um pouco o Xantia e o Renault 21, a traseira remete ao Tempra. As lanternas quadradas são do hatch ZX, que ainda é vendido por lá com o nome de Fukang ou FK. O painel foi herdado do Xsara. O Elysée é vendido em quatro versões de acabamento: X, SX, VIP e até a esportiva VTS, que pode ser adquirido até com o estofamento rosa nos bancos. Todas têm o motor 1.6 a gasolina. Apenas o X tem oito válvulas e 87 cavalos de potência. As demais têm 16v com 106 cv. SX e VIP (luxuosa e longa) podem ter câmbio automático.

Mesmo na versão básica X ele é bem equipado e oferece de série ar condicionado, vidros elétricos na frente, direção hidráulica, travas elétricas das portas sem controle remoto, air-bag para o motorista, cintos de segurança com regulagem de altura e freios ABS. Outros equipamentos como CD-Player, retrovisores elétricos, vidros elétricos nas portas de trás, trava elétrica com controle remoto, airbag para o passageiro e EBD nos freios são disponíveis para as versões mais sofisticadas. O Elysée é trinta centímetros (4,3m) maior que o FK, compartilhando a mesma distância entre-eixos e praticamente a mesma largura (1,70m), mas é aproximadamente 1 centímetro mais baixo. A versão VIP tem 4,50m e distância entre-eixos de 2,70m. O terceiro volume dá ao porta-malas uma capacidade de 437 litros, 113 a mais que o hatch. Segundo o site da Citroën chinesa, além do Elysée e do FK (ou Fukang), são comercializados os conhecidos C5, Xsara e Xsara Picasso. Além do C3, o C4 Coupé e sua esperada versão sedã C-Triomphe também já são anunciados. O mercado chinês está passando por uma fase de renovação, principalmente devido ao fato de estar se tornando um polo exportador de automóveis.

Trazer um modelo desses para nós provavelmente está fora dos planos da Citröen. A empresa, dentro do grupo PSA, sempre buscou um consumidor diferenciado, e preza por sua imagem de empresa inovadora no Brasil. Não está nos planos produzir um modelo para competir com modelos também já defasados no nosso mercado.
Texto: Gustavo Carmo
Fotos: Divulgação
Agradecimentos: Rafael Lima e Fernando Pedroso
Informações:
Web-Site Citroën-China

VW Bora reestililizado é apresentado na China

julho 9, 2006

A Volkswagen chinesa apresentou neste sábado o “novo” Bora, poucos dias após lançar o renovado Polo Sedan, com a frente do europeu e lanternas traseiras exclusivas. A reestilização do sedã segue o atual padrão de design da montadora alemã, proporcionando um bom efeito visual, mais bonito e elegante. O desenho interior mudou bem pouco, o painel continua igual, recebendo apenas um novo volante.

Atualmente, muitos dos carros que são lançados ou renovados na China causam certa expectativa no Brasil, como o Polo Sedan (e suas novas lanternas traseiras), que pode chegar por aqui bem parecido. Com o Bora, não se sabe. Agora: estaria nos planos da VW brasileira uma reestilização para o já defasado Golf? Sabemos que não seria complicado encaixar uma frente semelhante… porém, fugiria à algumas características históricas do carro. Aguardaremos.

Mais Fotos (Wallpapers):
Clique nas imagens para ampliar.

Observe bem estas imagens e identifique as principais alterações! Abaixo, o carro antes da reestilização.

Brasil: De portas abertas para os automóveis chineses

maio 15, 2006

Na última quinta-feira, um grupo formado por empresários e representantes do governo chinês esteve no Brasil para um seminário de negócios “Brasil-China”. O principal objetivo, nesta visita, foi conhecer de perto o mercado e analisar/discutir as oportunidades de investimento em nosso país. A Indústria Automobilística é um alvo. Certamente há um grande interesse, entre outros, na tecnologia Flex e na análise da infra-estrutura de produção e distribuição do combustível vegetal. Não só os chineses, mas outros países também estão de olho na alternativa da combinação entre o álcool e a gasolina, inclusive a Índia.

Uma das empresas presentes no seminário, a Chery Automobile negocia parcerias ou joint-ventures com representantes locais e espera por um desfecho nos próximos meses. Com a representação praticamente acertada, deverá ser importado o compacto Chery QQ de 3,55 metros, já no final do ano ou em 2007 em CKD (o carro seria montado na região com peças e componentes importados). Pensamos que este deverá ser apresentado já no Salão do Automóvel em outubro. O carrinho é comercializado na China e em algumas regiões da Europa por aproximadamente US$ 5-6 mil, nos fazendo crer que deverá custar algo em torno de R$ 18-20 mil ou mais. Na China o QQ é sucesso de vendas e dispõe de duas motorizações à gasolina: uma de 3 cilindros, 0,8 litro (812cm³) e 51cv e outra com 4 cilindros, 1,1 litro (1051cm³) e 53cv. Com o propulsor de 0,8 litro, ele atinge 130km/h, acelera de 0 a 100 em 20 segundos e tem consumo de aproximadamente 4,2litros/100km. Já com 1,1 litro atinge 140km/h, 0-100 km/h em 18,5 segundos e consumo de 4,4litros/100km. Estes dados são da montadora.


Daewoo Matiz? Não, é o Chery QQ

O Chery QQ é um famoso caso de clonagem de automóveis, entre outros que sucederam. A GM reclamou e protestou judicialmente sobre sua grande semelhança com o Chevrolet Spark (ou Daewoo Matiz), mas a Chery se defendeu dizendo que havia adquirido alguns projetos à coreana Daewoo na época em que esta empresa passava por má situação financeira (em estado de falência), antes de passar para as mãos da GM. Outra preocupação da companhia americana é com as vendas do Spark na China que são bem menores que as do Chery QQ, mais barato.


Spark depois da reestilização: oportunidade para diferenciá-lo do QQ

No quadro abaixo, ficha técnica e comparativo com prováveis concorrentes por faixa de preço. Lembramos que a indiana Tata Motors também prevê a produção de um carro barato, provavelmente em Betim, mesma cidade onde a Fiat produz. É possível que este carro seja o Indica. Enquanto não se confirma a fabricação do “modelo barato”, o Indica aparece no quadro apenas como referência.

Dados retirados nos web-sites das montadoras

Esta notícia já cria uma grande expectativa sobre o QQ, curiosidade ou temor. Sim, qualidade de materiais, estrutura e níveis de segurança têm que ser reconhecidos. A julgar por outros produtos chineses, deveremos analisar o carro com cuidado. É esperar para ver, seu apelo de vendas deverá ser o baixo preço. Em teste de impacto e preservação da vida, não parece entusiasmar. Neste site são exibidas algumas fotos do referido teste (em condições desconhecidas) e uma comparação visual com o Chevrolet Spark que demonstrou ser mais seguro (nem tanto). Tirem suas próprias conclusões.

Fotogaleria:


Extras:

Vídeo do site do representante iraniano da Chery. Já neste crash-test ele parece ser robusto…